sábado, 28 de fevereiro de 2009

E as acusações do senador serão esquecidas?

O Senador Jarbas Vasconcelos levantou uma lebre perigosa contra os integrantes de PMDB (do qual é membro e co-fundador), o histórico de corrupções cometidas por esse partido e a sua forma nada ortodoxa de lidar com o dinheiro e a máquina pública. Até que ponto a polêmica causará impacto?

Esse é o Brasil que conhecemos, pois aqui a mídia tenta, a Globo pensa que inventa e a política rouba e ostenta isso em nossas caras com a ciência de que nada ocorrerá. Há algumas semanas houve uma entrevista bombástica na revista Veja com o senador do PMDB, Jarbas Vasconcelos, que acusou seu partido de ser o carro chefe da corrupção no Brasil por estar nos meandros da política sem ter a intenção de preencher cargos executivos (talvez para não ficarem tão evidentes e conhecidos), mas sim legislativos e judiciários e dessa forma praticar propinas, compra de votos, práticas de jeton e outros negócios sujos – tudo para manter o partido sempre no poder e roubar cada vez mais. Há alguma investigação mediante tal acusação? Não acredito, mesmo porque o que foi dito não prova nada e nem compromete ninguém. Simplesmente foram palavras jogadas ao vento e serão esquecidas, como tudo o que realmente importa para a nação.

Numa matéria subsequente e da mesma revista, representantes do PMDB tentaram se defender com outras palavras jogadas ao vento, com acusações que tampouco provam qualquer coisa contra o senador Vasconcelos. Então podemos dizer que nos corredores de Brasília houve um perfeito Bang-Bang espaguete, com direito à troca de acusações ao léu entre integrantes do mesmo partido, pois alguns defenderam a posição do senador, outros ficaram em cima do muro e muitos atacaram sem dó nem piedade e até pediram a cabeça de Vasconcelos. Pelo que parece, o assunto realmente já foi esquecido, mas devemos lembrar que, conforme a entrevista e a reportagem dessas duas edições recentes da Veja, o PMDB usa o seu poder de forma corrupta dentro dos meandros da política, nos corredores sem esquina de Brasília e por todo o país há mais de vinte anos, desde quando foi criado no final do regime militar com a sigla de MDB.

O que foi divulgado nas matérias em questão são as maneiras que o PMDB costuma praticar a corrupção através de sanguessugas que apóiam esses partidos mais populares (como o PSDB, o PT e o DEM) para receber cargos e mandatos menores e assim conduzir a ascensão do PMDB e deles próprios. Como estão em grande número, conseguiram colocar como presidente do Senado o pmdbista José Sarney, velho conhecido da política nacional. A revista estimou por alto o patrimônio da família Sarney e divulgou o tamanho e a quantidade absurda de empresas e negócios espalhados no Maranhão e no Amapá que ela possui, assim como também divulgou a diferença abissal em relação ao patrimônio que essa família possuía quando seus integrantes se inseriram na política. Quanto ao caso Sarney, Jarbas Vasconcelos acrescentou que ele transformará o senado em um grande Maranhão. Em resposta, Sarney disse: “Eu não tenho nenhum comentário a fazer. O presidente não pode diminuir o debate dentro do Senado. Ele deveria apresentar o nome dos corruptos”.

Tanto na entrevista com o senador Vasconcelos como na consequente matéria que tentou dar prosseguimento ao caso houve um parâmetro traçado com o intuito de mostrar o histórico dos bens materiais dos integrantes e co-fundadores do PMDB desde o começo da trajetória de cada político até o presente momento. Ao ler a matéria, você fica de queixo caído com tanta falcatrua que está estampada bem na frente dos brasileiros. O senador Jarbas Vasconcelos teve coragem e denunciou tudo isso e a mídia fez a sua parte ao publicar e investigar o caso, mas pelo que parece, trata-se de mais um rodízio de pizza made in Brasília. Por que será que os órgãos competentes e a polícia não investigam uma acusação como essa? Será que também não estão amarrados com essas falcatruas? Parece-me óbvio que se tentarem mexer nessa sujeira toda, acharão coisas do arco da velha.

E novamente, para não perder o costume, o povo brasileiro está mais preocupado com o BBB e o carnaval e não está nem aí para o destino que é dado ao dinheiro que sai do seu próprio bolso para o pagamento de impostos que são criados para melhorar a situação do país (dinheiro esse que faz uma falta tremenda nos bolsos dos cidadãos de bem).

Amigos, geralmente pensamos que não podemos fazer absolutamente nada para mudar esse quadro, mas lembrem-se desses fatos históricos na hora de votar. Unidos e com o “voto consciente” podemos afastar esses maus políticos do poder.

Um possível apocalipse eminente

Se fizermos uma análise visceral da sociedade atual e se pensarmos em uma expectativa para o futuro, chegaremos à assombrosa conclusão de que vivemos em uma corda bamba, próximo do "se ficar o bicho come e se correr o bicho pega". Basta um passo em falso; uma decisão mal tomada; um voto inconsciente para eleger um déspota que apertará o botão da bomba.

Enquanto somos responsáveis, cada um de nós a sua maneira, pelo andamento das coisas em nosso mundo, geralmente não nos damos conta de quanto temos o poder nas mãos. Não obstante, até que ponto temos esse poder? Afinal de contas, não confio muito no que os homens costumam historicamente chamar de DEMOCRACIA, porque enquanto houver diferenças sociais, hierárquicas e culturais, fica difícil definir os princípios democráticos. O que é correto para um já não é para outro e a liberdade de um acaba quando começa a do outro. Um dos problemas é definir então o que é liberdade de fato dentro dos parâmetros de igualdade social e cultural, principalmente num mundo multicultural.

Num post do meu antigo Blog "Andarilho Pensante" eu escrevi o poder que homens sem escrúpulos têm numa sociedade democrática. Tratam-se de "manobras democráticas" para subjugar e levar um outro ser humano, um grupo ou toda uma sociedade a fazer coisas, pensar e agir sob a égide de interesses escusos do consumo sem parâmetros, pois ao invés da coerção totalitarista, o regime democrático é apto a condicionar mentes a agirem conforme suas vontades e para as suas finalidades. Somos realmente livres numa sociedade democrática?

O intuito desse post é fazer com que pensemos com um propósito e analisemos o sentido para qual a nossa sociedade tem sido conduzida. Então comece a refletir que vivemos numa sociedade exploradora dos bens naturais, que são escassos, sem a mínima preocupação de repor esses bens. Você liga a televisão para assistir ao Jornal Nacional e a primeira matéria (muito comum, por sinal) refere-se ao desmatamento das florestas, sobretudo da Amazônica. Todos os anos a história a respeito disso é a mesma. E o que fazemos para resolver isso? Consumimos mais e mais sem ao menos nos preocupar se amanhã teremos bens para o básico.

Perceba que esse apocalipse eminente é esse total despreendimento social em relação ao futuro, como se agora estivessemos em uma festa onde tudo é permitido, mas amanhã pode não haver champagne, caviar e petit gateau. Então o que faremos? Choraremos prostrados em cima dos destroços do passado e diremos que um dia fomos felizes.

Blog Andarilho Pensante


O Blog Andarilho Pensante não existe mais porque eu tive problemas com o site do Terra e cancelei minha conta por lá. No entanto, "Andarilho Pensante" ainda está disponível para leitura ((não mais para discussão)).
Caso você queira ler ou reler antigas postagens minhas, favor acessar o link do meu antigo blog "Andarilho Pensante":